Eu era funcionária pública e trabalhava em uma prefeitura no estado de São Paulo. Meu cargo era de agente de cultura. Planejava, organizava e executava atividades artísticas e culturais para a população. 

Depois de alguns anos de trabalho, consegui uma licença e resolvi viajar para os Estados Unidos, para estudar inglês e trabalhar.

Então, em julho de 1999, embarquei para Nova York. Tinha grandes expectativas: estudar, trabalhar, juntar uma grana…

Porém… a vida mostrava que eu seguiria um caminho diferente.

Eu estava eufórica e tinha criado muitas expectativas com relação à viagem. Estava indo tudo muito bem. Consegui um emprego e me matriculei numa escola.

Algumas semanas depois, um acontecimento mudaria para sempre a minha vida.

Eu tive um surto psicótico. Comecei a ouvir vozes, sentia-me perseguida e com delírios de grandeza. Fiquei internada por 12 dias e o médico disse que fiquei doente por causa do estresse da viagem.

Mas, no final de dezembro daquele ano, retornei ao Brasil e encontrei, depois de uma pesquisa criteriosa, um médico que mudaria a minha visão sobre a doença. Um profissional humano e competente. 

Com ele aprendi a encarar minha doença com um olhar mais positivo. E  encontrar a medicação que me deixaria estável, para assim seguir em frente com minha vida. 

Recebi dele o diagnóstico de transtorno esquizoafetivo. Uma mistura de delírios e alucinações com mania e depressão. 

A verdade é que, desde aquele episódio que mudaria a minha vida para sempre, eu tive a oportunidade de me reinventar, descobrir novos (e melhores) caminhos para mim mesma. 

Enfim, tenho vivido uma jornada e tanto.

Atualmente, trabalho com palestras e programas de apoio.